Reunião com ministro de Lula ajusta amparo à SC

A vinda do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, à Santa Catarina, e é preciso dizer, demonstra que o Governo Federal não está alheio aos problemas que o Estado vem enfrentando em razão das constantes chuvas e suas consequências. Se o presidente Lula não vem, essa é outra história.

Brasília mantém promessa e envia Ministro para ver e discutir sobre o drama das chuvas em SC / divulgação / Secom / Governo do Estado

No entanto, faz bem Jorginho Mello, deputados e prefeitos seguirem cobrando. A gravidade dos problemas exige e faz com que todos os protagonistas diretos com a situação caótica busquem amparo, especialmente, para a região do Vale do Itajaí.

Apelo ao Ministro

Portanto, no sábado, 25, o ministro Waldez se reuniu com os prefeitos da Associação Dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (Amavi), e demais lideranças locais, em Rio do Sul. Na ocasião, o governador Jorginho Mello (PL) manteve posição sobre o pedido de ajuda de parte do Governo Federal, e que venha o mais breve possível, para que os prefeitos sejam socorridos, mesmo sabendo da burocracia que emperra a liberação de recursos.

Sendo assim, pediu também aos prefeitos que procurem acertar a documentação rapidamente, para que o processo seja validado e o dinheiro possa chegar. A reunião serviu para tratar da reconstrução das cidades e da ajuda à população afetada pelas fortes chuvas dos últimos dois meses.

Prevenção também esteve na pauta

A providência humanitária imediata está sendo tomada, a exemplo da limpeza e da reconstrução das cidades. Porém, há preocupação quanto ao futuro. Serão necessárias igualmente providências para prevenir.

Por isso, sugeriu ao Ministro, que seja incluído Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) dinheiro para essa finalidade, para que Santa Catarina possa implementar obras estruturantes, e assim sejam feitas dragagens e novas barragens. Jorginho adiantou que duas já serão iniciadas, as de Mirim Doce e Petrolândia.

De parte de Waldez, o sinal de que irá atender as prioridades de Santa Catarina, e que irá rapidamente se reunir em Brasília para ajustar todos os pontos defendidos na reunião em Rio do Sul, e levar ao conhecimento do Presidente Lula, as demandas anteriores e atuais relacionadas à prevenção.

Regiões de Santa Catarina voltam a sofrer com as chuvas

Penoso ver nosso povo sofrendo com o alto volume de chuva e as consequências. O alerta de condição de temporais se estende até amanhã, sábado (18). Infelizmente, o mesmo alerta indica alto risco para ocorrências associadas à chuva volumosa, ocasionando alagamentos, enxurradas, deslizamentos, entre outras ocorrências como a obstrução de rodovias.

Problemas registrados em rodovias, caso do km 276 da BR 282, na localidade de Salto dos Marianos, em São José do Cerrito, na Serra – Foto da internauta Andreia – WhatsApp.

O Vale do Itajaí nem havia se recuperado totalmente das chuvas passadas, e está novamente vivendo o drama das cheias, bem como o Sul de Santa Catarina. No entanto, problemas estão sendo registrados em praticamente todo o Estado, preocupando famílias inteiras também na Serra, no Meio Oeste e no Oeste. Todos vão ter que seguir aguentando, de um jeito ou de outro, diante da fúria da natureza.

Estrutura do Governo atenta

Nem poderia ser diferente. O próprio governador Jorginho Mello está de volta no QG da Defesa Civil para acompanhar de perto a situação. O amparo aos municípios atingidos é a necessidade urgente, mais uma vez, nessa hora.

A concentração de esforços de distribui às localizadas mais atingidas. Há rodovias bloqueadas. Motoristas precisam estar alertas e bem informados sobre as condições das estradas. Quem puder evitar viagens deve permanecer parado. Lamentavelmente a chuva não dá trégua.

Foi necessária providência do fechamento de sete comportas e o canal extravasor da Barragem Oeste (Taió) e as quatro comportas da Barragem Sul (Ituporanga).

Governador enfrenta a enchente e denúncia da oposição

O governador Jorginho Mello foi às redes sociais e à imprensa para alertar a população de que as chuvas vão continuar nesta semana, algo que lamentou informar. Segundo disse, as notícias não são nada boas.

O Estado está com diversas cidades alagadas, está chovendo muito e é preciso ter todo o cuidado nesse momento. Na concepção dele é preciso proteger o que realmente importa, a vida das pessoas. Ele tem acompanhado a situação dentro da Defesa Civil. Pede para que todos estejam vigilantes, pois, infelizmente já ocorrem seis óbitos. Todo o esforço está sendo feito para que ninguém mais perca a vida.

Por outro lado, o governador terá que dar muitas explicações por ter levado o ex-presidente Jair Bolsonaro a um sobrevoo oficial sobre municípios alagados no Vale do Itajaí. O Partido dos Trabalhadores de Itajaí entrou com denúncia à Procuradoria-Geral da Justiça do Estado, e o acusa de suposta improbidade administrativa, pela indevida participação de Bolsonaro no sobrevoo.

(Foto: Eduardo Valente/GOVSC)

Santa Catarina sofre com acúmulo de chuva e enchentes

Segundo informações as cidades que mais registraram acúmulos de chuva foram Indaial, Timbó e Blumenau, num intervalo de 24 horas. É realmente muita água, perto dos 150 mm. Diante do fato, a água do rio Itajaí Açu subiu demais, inundado as ruas dessas cidades. Justamente no período da Oktoberfest.

Blumenau entre o medo de enchente e a alegria da realização da Oktoberfest / Foto: site oficial da Oktoberfest

Aliás, muita gente tem criticado a decisão do município de Blumenau em tentar dar continuidade ao evento, mesmo diante dos inúmeros problemas causados não só na cidade, mas também nos municípios vizinhos e na locomoção pelas rodovias.

É preciso compreender o alto investimento feito para o período de festa. Mesmo acontecendo aos poucos, e com um público não muito grande, o prejuízo certamente será menor. Nem por isso, a comunidade e lideranças de Blumenau deixam de sentir o medo de outra grande enchente.

Na quarta-feira (11), o desfile da Oktoberfest em meio à chuva, devolveu este sentimento, muito conhecido. Na quinta-feira (12), a atitude sensata de novamente suspender.

Enfim, o clima de festa também se perde diante dos problemas. Resta torcer que tudo se amenize, e que o evento possa ainda aproveitar os dias restantes do mês de outubro, em nome da superação.

Previsões se confirmam e cidades inundadas pedem ajuda

Torna-se difícil falar de política, sem antes pensar na situação de centenas de famílias, de vários municípios, que estão hoje com suas casas tomadas pelas águas. As previsões de enchentes se confirmaram. Para muitos, a repetição de um drama já vivido antes.

Imagens áreas mostram a situação de moradores e empresas do bairro Caça e Tiro, em Lages / Foto: Fabiano Machado – Imagem TV

Em Lages, onde moro, na Av. Belizário Ramos, a água do Rio Carahá está alta, e completamente parada. É o indício do represamento dela, com outro rio, o Caveiras. O resultado é mais uma vez, a inundação de casas em alguns bairros. Entre eles os mais atingidos, o Caça e Tiro, Habitação e o Universitário. Há outros obviamente, com ruas pontuais completamente alagadas. O que dizer então da situação de outros municípios do Vale do Itajaí e no Sul do Estado.

Ajuda concentrada

As previsões antecipadas ajudaram na mobilização dos governos municipais e estadual. Nesse ponto, nenhuma crítica. O próprio governador Jorginho Mello abdicou de todas as agendas políticas para, pessoalmente coordenar, juntamente com a Defesa Civil, todo o processo de auxílio aos catarinenses afetados. Não arredou o pé nenhum momento. Tem administrado a crise ocasionada pela chuva de forma integral.

Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom

Todas as forças do Estado estão à disposição e trabalhando para salvar vidas e minimizar o sofrimento das famílias atingidas. É também o momento de união para que nada falte. Campanhas estão sendo organizadas para o envio de alimentos, água, e material de limpeza.

Tudo se faz necessário, em nome da solidariedade. Nos municípios, há providências sendo tomadas também pelos prefeitos, com a organização de abrigos para famílias que tiveram que deixar as suas casas. Aulas foram suspensas nas escolas públicas municipais, estaduais, e em universidades.

Repercussão de José Boiteux

Decisão do governador Jorginho Mello, de fechar as comportas da Barragem de José Boiteux, foi a mais acertada. A necessidade de conter o volume de água do Rio Itajaí Açu, no Vale do Itajaí, uma das regiões mais castigadas pela enchente, precisava de uma atitude. E ela foi tomada.

Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom

Porém, ocorreu tudo de uma forma inesperada. A atitude das comunidades indígenas, na tentativa de impedir o fechamento das comportas, e que foram motivadas pelo receio também de suas casas serem tomadas pelas águas, criou uma situação inusitada, e o confronto foi inevitável, com repercussão nacional.

Os indígenas foram retirados das imediações da barragem com rigor pelas forças policiais. Diante do ocorrido, o governador deu início a novas negociações com a comunidade indígena do loca, ainda no sábado, 7. Segundo o Governador, todos os itens da pauta de reivindicação foram e serão atendidos pelo Governo do Estado.

Chuvas: momento requer prudência e atenção em SC

A preocupação com as chuvas está no meio político, igualmente causando preocupação. O espaço da coluna também tem o dever de transmitir as informações e alertar dentro do possível, repassando o que nossas autoridades estão dizendo.

Momento em que todos devem se unir e serem propositivos. Hora de a política ceder às mazelas partidárias e enfrentar o problema de maneira integrada / Fotos: Ricardo Trida/Secom

O Governo de Santa Catarina está atuando de maneira integrada para enfrentar o período mais crítico das chuvas. Tanto que o Centro Integrado de Gestão de Riscos e Desastres, o Cigerd, da Defesa Civil de Santa Catarina passou a operar no Nível 02 – Código Laranja. A preocupação é com o atendimento às pessoas diante das ocorrências.

O Grupo de Ações Coordenadas (Grac) está de prontidão para atender no que for relacionado ao seu campo de atuação. A frente é formada pelas Secretarias de Proteção e Defesa Civil, Assistência Social, Administração Prisional e Saúde, além do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Militar, Casan e Celesc.

O Estado segue no trabalho de pronta resposta auxiliando, especialmente, famílias mais vulneráveis. A previsão indica maior volume de chuva entre sexta-feira e domingo, portanto a população deve ficar atenta, principalmente por conta do solo encharcado e o risco de deslizamentos de terra.

A Defesa Civil de Santa Catarina recomenda que a população fique em alerta para sinais de movimentação no solo, como inclinação de arvores, postes e muros, trincas no solo e nas residências, além de estalos nas encostas e sinais de água vertendo da encosta. Nestes casos recomenda-se procurar local seguro e ligar para os órgãos competentes.

Suspensão da Oktoberfest

A Oktoberfest chegou a realizar o cerimonial de abertura, na quarta-feira (4), mas diante da previsão de enchente, a decisão em suspender o evento, foi a mais acertada. O evento de 2023, foi o primeiro a ser suspenso por esta razão. Em 2020 e 2021, não aconteceu por causa da pandemia.

A potencialidade da enchente no Vale do Itajaí deve atingir o Parque Vila Germânica, local de todas as atividades previstas para o final de semana, devendo ser retomadas a partir quarta-feira (11), desde que haja condições e fora do risco de alagamento do Parque Vila Germânica. Uma medida prudente.

Por outro lado, o evento deverá terminar uma semana após a data prevista. Uma ampliação no calendário para compensar os dias parados. O Rio Itajaí-Açu já está muito acima da média. A previsão indica que deve chover até 140 mm na cidade.

De acordo com as projeções iniciais da Defesa Civil de Santa Catarina, o cenário mais crítico indica que o nível do rio Itajaí-açu em Blumenau chegue a 12 metros entre o domingo e a segunda-feira (08 e 09/10).

Produtores de leite em situação cada vez mais crítica

Está cada vez mais complicada a vida dos produtores de leite de Santa Catarina. Discussões em torno da questão têm acontecido, a exemplo das recentes audiências públicas realizadas em Seara, São Miguel do Oeste, e nesta segunda-feira (04), em presidente Getúlio, no Alto Vale do Itajaí. Todas coordenadas pela Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa.

Audiência pública em Presidente Getúlio discutiu, nesta segunda-feira (4), a situação dos produtores de leite no Alto Vale do Itajaí / Foto: Rodolfo Espínola/Agência AL

Os pontos relevantes da crise já estão mais do que elencados. O que falta mesmo daqui para frente, são as atitudes que possam resultar no fim da crise, e devolva aos produtores a tranquilidade que almejam. Achar um meio para que a importação não comprometa mais a produção catarinense.

A exigência já é do conhecimento do Governo Federal, que precisa tomar frente na providência de barrar a importação, e impedir a falência do setor no Estado. Hora também de o Governo do Estado também ajudar de alguma forma.

Colombo se solidariza com os atingidos pelas enchentes

Em nota, o ex-governador Raimundo Colombo presta solidariedade com as pessoas que estão sofrendo com a enchente no Alto Vale do Itajaí.

Segundo ele, é um momento difícil e é preciso união para vencer essa dificuldade. Por outro lado, ele lamenta que não foi realizada a manutenção nas comportas da barragem de Ituporanga, que ficaram abertas e a água passou, agravando a situação e alagando as ruas de Rio do Sul.

Afirma que isto poderia ser evitado, e lembra que não foi feita a manutenção em 2019, 2020 e 2021 e a barragem ficou sem condições de operar. Porém, ressalta que ainda dá tempo para corrigir esse erro.

Raimundo sugere fechar as comportas, com a consequência é alagar algumas galerias, tira a água com bombeamento e protege as pessoas.

Por fim, ressalta que isso tem que ser um compromisso do governo, proteger as pessoas. “Que se faça imediatamente após a enchente um trabalho de recuperação de todas as barragens, que são importantes para a segurança das pessoas”, disse.