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“Estive no processo de intervenção por cinco anos, três meses e seis dias”.
Assim o já ex-interventor da Fundação Uniplac, iniciou o relato dos resultados obtidos durante o necessário processo, que começou com Arnaldo Moraes.
Não vou aqui, me ater a todos os dados numéricos resultantes deste importante trabalho, amparado, acima de tudo, pelo Judiciário.
Walter Manfroi, ao apresentar o relatório no prazo estipulado pela própria Justiça, e passados os 60 dias da posse do Reitor, deixou o cargo com o sentimento de dever cumprido.
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O juiz substituto Josmael Rodrigo Camargo, assim definiu:
“Como os dados do relatório refletem o êxito alcançado pelo processo de intervenção, superando, a Uniplac, a grave crise financeira, permitindo-se prosseguir sem os auspícios do Poder Judiciário. Ante o exposto, julgo PROCEDENTE o pedido de intervenção aforado pelo Município de Lages contra a Fundação das Escolas Unidas do Planalto Catarinense, e Universidade do Planalto Catarinense – Uniplac, declaro encerrada a presente intervenção em 3 de setembro de 2014”.
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Austeridade
O processo de intervenção foi, sem dúvida uma medida acertada, tomada na época, pelo então prefeito Renato Nunes. Desde o princípio, com Arnaldo Moraes, a austeridade foi o caminho necessário usado.
Walter, adorado por uns e odiado por outros, deixou o trabalho intervencionista. Não sem antes fazer um relato altamente positivo, e atestado pelos demais gestores.
Vale lembrar, que o propósito da intervenção era a recuperação judicial; negociar todos os contratos, e, em especial, os do sistema financeiro, de órgãos municipais e federais; o processo de hora atividade, entre outros objetos.
Em termos de valores, cito apenas um exemplo: o das dívidas com bancos e demais instituições financeiras. Entre juros, correções e demais dividendos, os valores devidos se situavam em torno de R$ 73,6 milhões.
Depois de muitas negociações, o débito caiu para R$ 18,3 milhões. Uma redução astronômica de mais de R$ 55 milhões. Já foram pagos R$ 8,5 restando ainda pouco mais de R$ 11 milhões.
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Segurança
Por certo, os atuais gestores, entre eles o Conselho, a diretora financeira Elusa Camargo, e o próprio reitor, Luiz Pfleger, que agora darão prosseguimento à uma Instituição que precisa andar com suas próprias pernas, terão também que se adaptar à nova realidade, e principalmente, observando os limites financeiros e o controle das despesas.
Apesar da inadimplência um tanto elevada neste ano de 2014, a Uniplac têm plenas condições de ajustar promoções de cobranças. E, foi assim no decorrer da intervenção. Mesmo com dificuldades, a Universidade registrou o crescente aumento no número de acadêmicos.
O Estatuto, garante a segurança de que o conjunto de regras e normas por ele estabelecido, deverá impedir que aqueles que sempre foram contrários à intervenção, se aproximem com o intuito de retomar o controle.
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A despedida
Walter esteve emocionado durante quase toda a sua fala. Porém, independente de quantos foram contra a intervenção, lembrou como ela foi importante. Pois, nunca influenciou nas questões pedagógicas.
Especificou que ainda as despesas de pessoal não estão no patamar desejado, 60%. Hoje, estão em 72%. Mas, deixa a segurança do depósito em conta do 13º salário, e a perspectiva do retorno ao Caixa, de imposto retido, no valor de R$ 27 milhões aproximadamente.
E, diante de um orçamento de R$ 47 milhões em 2014, a Fundação Uniplac estará bem fortalecida economicamente, podendo andar por si só, e ainda planejar as ações futuras, e pensar na recuperação da estrutura física.
Concluiu dizendo que sempre a Instituição estará, a partir do novo Estatuto, acima de qualquer interesse pessoal.
Assim, o ciclo intervencionista com Walter Manfroi e Arnaldo Moraes, encerrou. Méritos também a todos os que estiveram direta e indiretamente envolvidos no processo.
Dou-me o privilégio, de ter estado junto ao desafio, por mais de dois anos. Agora é só acompanhar a caminhada da Universidade, sem a intervenção.