Prisão para os fraudadores do INSS

A decisão da CPMI do INSS de aprovar, por unanimidade, o pedido de prisão preventiva de 21 envolvidos em fraudes contra aposentados é um sopro de esperança em meio à descrença na justiça brasileira. Nomes graúdos — ex-presidentes, ex-diretores, lobistas e empresários — aparecem no rol dos acusados, mas até agora ninguém foi preso, nenhum bem bloqueado, nenhuma resposta firme dada ao país.

Depois de ouvir advogado Eli Cohen, parlamentares aprovaram requerimento apresentado pelo relator que sugere a prisão de 21 nomes investigados pela Polícia Federal Waldemir Barreto/Agência Senado

O presidente da comissão, senador Carlos Viana, foi direto: “A Polícia Federal já apontou quem são, como roubaram e para onde foi o dinheiro. E não temos ninguém preso até hoje. Isso é de uma impunidade vergonhosa”. Ele tem razão. O que se viu foi o saque institucionalizado das aposentadorias, deixando idosos vulneráveis como alvo de um esquema perverso.

A prisão preventiva, defendida pelo relator Alfredo Gaspar, não é apenas medida jurídica, mas um recado claro: quem rouba aposentados não pode seguir solto, rindo da cara da lei. Manter esses acusados em liberdade significa permitir que provas se percam, testemunhas sejam pressionadas e que o crime continue a ser reproduzido em novos disfarces.

Há ainda a gravidade de denúncias envolvendo parlamentares que, segundo a Polícia Federal, recebiam “mesadas” das instituições que orquestraram os golpes. Se isso for confirmado, o escândalo ganha contornos ainda mais revoltantes.

Por isso, a decisão da CPMI deve ser aplaudida. É o Congresso cumprindo seu papel de fiscalizar e apontar os culpados. Agora, cabe ao Supremo Tribunal Federal corresponder à expectativa da sociedade e mostrar que a lei é igual para todos. Se há provas fartas, que se decrete a prisão preventiva e se devolva à população, especialmente aos aposentados, a confiança de que o crime não compensa.

Cobalchini mobiliza defesa do Código Ambiental Catarinense

O deputado federal Valdir Cobalchini (MDB-SC) protocolou requerimentos na Câmara, direcionados ao STF, em defesa da constitucionalidade do Código Ambiental Catarinense. A medida responde à ação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pede ao Supremo para ampliar a definição de áreas de preservação permanente (APPs) em Santa Catarina, passando de 1.500 para 400 metros acima do nível do mar.

Segundo Cobalchini, se a solicitação da PGR for aceita, até 80% do território catarinense passaria a ser considerado APP, afetando diretamente agricultura, pecuária e silvicultura. O impacto estimado é de R$ 17 bilhões no PIB estadual, perda de 244 mil empregos e prejuízos para 268 municípios.

Relator do Código na Alesc, o deputado afirma que a mudança representaria um ataque à propriedade e à produção no estado. Ele também levou o tema à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), mobilizando parlamentares e reforçando o direito constitucional de Santa Catarina legislar sobre questões ambientais.

“O Código é fruto de diálogo, equilíbrio e responsabilidade. Protege o meio ambiente sem prejudicar quem produz. Não vamos aceitar tamanha agressão!”, destacou.

Foto: ASCOM Câmara dos Deputados

STF suspende processos contra Código do Meio Ambiente em SC

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida pelo ministro Gilmar Mendes, trouxe um importante alívio para Santa Catarina. Atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC), o STF suspendeu todos os processos que questionam a validade de um artigo do Código Estadual do Meio Ambiente (Lei 14.675/2009).

Suspensão dos processos dá tranquilidade jurídica para Santa Catarina – Foto: Eduardo Valente/Secom SC

A medida evita a insegurança jurídica causada por autuações do Ibama, que vinha aplicando normas federais divergentes da legislação catarinense. O ponto central da controvérsia é a definição dos campos de altitude: enquanto a lei estadual considera áreas acima de 1.500 metros como tal ecossistema, a norma federal reduz esse marco para 400 metros. Essa diferença poderia inviabilizar atividades produtivas em grande parte do território catarinense, especialmente no Planalto Serrano.

A suspensão valerá até o julgamento definitivo da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7.811. Até lá, empresas, produtores rurais e a economia do estado, que poderiam ser impactados com prejuízos bilionários, têm uma trégua.

Mais segurança

A decisão do STF traz a segurança necessária para que Santa Catarina não seja penalizada por interpretações conflitantes entre normas federais e estaduais. Sem ela, setores estratégicos como a silvicultura corriam o risco de parar.

Ainda não é a decisão final

É preciso que o julgamento definitivo vá além de proteger a economia: é essencial que o equilíbrio entre desenvolvimento e preservação ambiental seja assegurado.

A legislação catarinense precisa demonstrar, com base técnica, que cumpre seu papel de conservação sem inviabilizar a produção. Caso contrário, o estado poderá ser acusado de flexibilizar regras ambientais em detrimento de ecossistemas frágeis.

Lei Magnitsky nos EUA atinge o ministro Alexandre de Moraes

O governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, legislação que permite punições a autoridades estrangeiras envolvidas em corrupção ou violações de direitos humanos.

A medida torna-se uma virada diplomática surpreendente. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), passou a integrar a lista de indivíduos sancionados pelos Estados Unidos por meio da Lei Global Magnitsky.

A legislação, que permite punições contra estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves dos direitos humanos, sinaliza um novo momento nas relações exteriores do Brasil, e lança luz sobre o debate interno sobre limites institucionais e garantias democráticas.

Contexto das sanções

O Departamento do Tesouro dos EUA afirma que Moraes teria autorizado prisões arbitrárias, repressões à liberdade de expressão e uma perseguição política contra brasileiros e cidadãos americanos. Embora essas alegações sejam controversas e negadas por apoiadores do ministro, elas foram suficientes para que os EUA o incluíssem em uma lista que já abrange líderes autoritários e oligarcas acusados de abuso de poder.

As sanções incluem:

Congelamento de bens e ativos sob jurisdição americana;

Proibição de entrada nos EUA para Moraes e seus familiares;

Bloqueio de serviços digitais vinculados a empresas como Microsoft e Google;

Impedimento de transações financeiras com bancos norte-americanos.

Protestos contra o STF em SC

No último sábado, 26 de julho de 2025, a Juventude do Partido Liberal de Santa Catarina (PL Jovem SC) promoveu atos simultâneos em cidades como Florianópolis, Joinville, Blumenau, São José e Porto Belo. Sob o lema “Reaja, Brasil! Fora Lula e Moraes”, os manifestantes protestaram contra o STF e declararam apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, empunhando cartazes, faixas e bandeiras nacionais.

As mobilizações foram consideradas um “esquenta” para a grande manifestação já convocada para o dia 3 de agosto, que contará com a participação de lideranças do PL. A deputada federal Juliana Zanatta (PL‑SC) confirmou presença e reforçou os convites para os atos em Florianópolis e Criciúma.

Bolsonaro: o dia em que a prisão se torna possível

Nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, o Brasil acompanha, com olhos atentos e nervos à flor da pele, o avanço do cerco judicial em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro. O risco de sua prisão, antes considerado improvável por muitos, tornou-se um cenário concreto— e a responsabilidade por isso não é exclusiva do Judiciário, mas também do próprio Bolsonaro, que insiste em desafiar os limites impostos a ele.

Ex-presidente Jair Bolsonaro / Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O risco de prisão de Jair Bolsonaro, neste 22 de julho, é real e imediato. Após descumprir medidas judiciais — como dar entrevistas que circularam nas redes — o ex-presidente afronta diretamente o STF, que agora pode decretar sua prisão preventiva.

Mais que um embate pessoal com o ministro Alexandre de Moraes, trata-se de um teste às instituições: permitir a impunidade seria ceder ao autoritarismo. Se a lei vale para todos, ela precisa ser cumprida — inclusive por quem já ocupou o cargo mais alto da República.

Procuradoria-Geral da União (PGR), pede prisão de Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Isso ocorreu minutos antes do limite do prazo — 23h59 desta segunda-feira (14).

O julgamento final poderá ocorrer em setembro e condenar Bolsonaro à prisão / Foto: Carolina Antunes/PR

Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa armada com o objetivo de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e manter-se no poder.

A denúncia inclui crimes como: Organização criminosa armada, Tentativa de golpe de Estado, Dano qualificado ao patrimônio público e Deterioração de patrimônio tombado. O julgamento está previsto para ocorrer em setembro, após o prazo de 15 dias para as defesas apresentarem suas alegações finais.

Caso condenado por todos os crimes, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão, embora o tempo máximo de cumprimento no Brasil seja de 40 anos.

Deputado propõe PEC para mudança estrutural do STF e STJ

A proposição através de PEC é do deputado federal Valdir Cobalchini (MDB-SC). Seria uma espécie de reforma do judiciário, visando maior eficiência e transparência nas cortes superiores, como o STF e o STJ.

Deputado federal Valdir Cobalchini / Foto: Solon Soares/Agência AL

Conforme o deputado Valdir Cobalchini (MDB/SC), a solução não está na troca de ministros, mas numa reforma estrutural. “Precisamos de um processo de escolha mais técnico e menos político”, disse. Por hora, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) está em fase de coleta de assinaturas e precisa de 171 apoios para ser protocolada.

Principais mudanças propostas pela PEC:

Mandato limitado para ministros:

Atualmente, os ministros dos tribunais superiores possuem cargos vitalícios, com aposentadoria compulsória aos 75 anos. A PEC propõe um mandato de 10 anos, sem possibilidade de recondução, trazendo maior dinamismo ao Judiciário.

Nomeação mais técnica e menos política:

Hoje, o Presidente da República tem total liberdade para indicar os ministros, que são aprovados apenas pelo Senado. A PEC sugere que as nomeações sejam feitas a partir de listas tríplices elaboradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Ministério Público (MP) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A aprovação passaria a contar também com a participação da Câmara dos Deputados, em conjunto com o Senado.

Exigências mais rigorosas para os ministros:

A PEC aumenta os requisitos para os indicados, que precisarão ter 15 anos de experiência jurídica comprovada e idade entre 35 e 65 anos, além de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Proibição de filiação partidária:

Para garantir a independência dos tribunais, a PEC estabelece que ninguém que tenha sido filiado a partidos políticos nos últimos cinco anos poderá ser nomeado ministro.

Prazos para nomeação:

Atualmente, não há um prazo definido para o preenchimento de vagas nos tribunais superiores. Com a PEC, o Congresso terá 60 dias para aprovar os indicados, evitando que cargos permaneçam vagos por longos períodos.

Aposentadoria compulsória:

A aposentadoria dos ministros continuará sendo compulsória aos 75 anos, mas com a nova regra de um mandato limitado a 10 anos, sem direito a renovação.