A real situação do transporte público de Lages

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Nesta última semana, os usuários do transporte público de Lages foram surpreendidos com notícia de que a tarifa poderá subir em até 60% no ano que vem. A empresa Transul está vivendo uma dura realidade, assim como todas as demais no país.

A documentação da empresa muito bem fundamentada entregue à Prefeitura, está sob análise. No ano que vem, o prefeito terá que tomar uma decisão. Ou autoriza o pedido integral e a passagem se eleva para perto de R$ 7,00 ou, se discute outra alternativa: a do subsídio.

Aliás, isso já vem ocorrendo na prática em grandes centros como São Paulo, e até mesmo em Florianópolis. Outras cidades de grande porte no Estado também estão discutindo e devem chegar ao consenso pelo mesmo caminho.

O que está em jogo é a sobrevivência e a manutenção do transporte público de Lages, que está próxima do colapso. Em isso acontecendo, o impacto junto à população e à economia local serão catastróficos. Poucos entendem de que o transporte é também um serviço essencial, assim como, a saúde e a educação.

Anualmente o que se mede é sempre o impacto do aumento dos insumos e a queda de passageiros por quilômetro rodado. A partir desses fatores chegava-se ao percentual repassado na tarifa. Este ano, tem o grave peso da pandemia.

A empresa ficou mais de 80 dias parada por decretos governamentais por força da pandemia. Depois, disso, a permissão para rodar era limitada, a apenas 20% da capacidade, e hoje, com o advento das vacinas e a confiança dos passageiros, a capacidade atinge pouco mais de 45%.

Leve-se em conta ainda o fato da gratuidade para uma faixa de passageiros e seus acompanhantes, e a cobrança de 50% da tarifa aos estudantes, entre outros fatores.

Discussões iniciadas

Assim, Lages, através dos setores representativos, caso da Prefeitura, ACIL e CDL já iniciaram as discussões para um entendimento, que deverá ser definido com rapidez. Está claro que o subsídio perene, de parte do município, a partir de agora, será imprescindível a partir de 2022.

Para que o subsídio aconteça, precisa passar pela aprovação da Câmara de Vereadores. Portanto, o projeto já está em fase de elaboração.

Por fim, acabar com o discurso demagogo de um ou outro vereador, de que a Prefeitura está simplesmente “dando” dinheiro para a Transul. O repasse hoje ocorre por força da lei em função dos decretos de calamidade no Estado. Mas esta é outra questão.

Agora, é torcer para que a sociedade lageana compreenda o atual momento, e em definitivo se una em torno da solução, com o entendimento final de que o transporte público é sim essencial, e que necessita ser amparado por uma alternativa sólida em benefício dos que precisam utilizá-lo, e assim, manter os preços das tarifas nos valores compatíveis com a realidade dos usuários.

Foto: divulgação

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