A confirmação da pré-candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) ao governo de Santa Catarina coloca mais um ingrediente na disputa estadual de 2026. O prefeito de Chapecó já anunciou inclusive a data em que deixará o cargo, no dia 23 de março, para se dedicar integralmente ao projeto. É um movimento ousado, que revela convicção pessoal e apoio interno do PSD, mas que, por enquanto, não passa de uma cruzada solitária.

Rodrigues tenta se posicionar como uma alternativa dentro da própria direita catarinense, ocupando um espaço distinto do atual governador Jorginho Mello, que buscará a reeleição com a força natural do cargo e boa exposição de governo. João se apresenta como mais “duro” ideologicamente, reforçando que nunca apoiou governos do PT, numa tentativa de se diferenciar e atrair eleitores que desejam renovação sem romper com esse campo político.
Falta o essencial
Mas, apesar da disposição, falta-lhe o essencial para viabilizar uma candidatura majoritária competitiva: um time. Até aqui, Rodrigues não tem nome definido para vice, nem para o Senado, e tampouco consolidou alianças partidárias fora do PSD. A própria pré-campanha reconhece essas lacunas, e elas pesam. Sem amplitude política, até mesmo boas intenções administrativas correm o risco de virar ruído.
Além disso
Se as pesquisas atuais servirem de termômetro, o desafio é evidente. Jorginho Mello aparece com vantagem expressiva nas sondagens, enquanto João Rodrigues surge ainda distante, embora com relevância suficiente para não ser ignorado.
Para encurtar essa distância, ele precisará ampliar presença estadual, fortalecer pontes com regiões onde sua influência é menor e, principalmente, construir composição com nomes que agreguem musculatura à chapa. Por hora, João Rodrigues está no jogo. Mas falta montar o time.
E, em eleições, entrar em campo sozinho raramente dá certo. O espaço existe, a estratégia ainda não. A partir de março, com a renúncia oficial, saberemos se a caminhada será de crescimento ou apenas de presença.















