Flávio Bolsonaro entra no jogo presidencial ungido pelo pai

A decisão de Jair Bolsonaro de ungir o filho, Flávio, como candidato à Presidência em 2026 mexe com o tabuleiro político. Até então, o nome mais cotado da direita era o de Tarcísio de Freitas, visto como articulador e capaz de atrair setores moderados. Com a escolha, o ex-presidente reafirma o controle sobre seu grupo e mantém o projeto político dentro da própria família.

Escolha de Jair Bolsonaro recoloca o bolsonarismo no centro da disputa e altera o rumo da direita para 2026 / Foto: Carlos Moura/Agência Senado

A movimentação, porém, reorganiza forças. Flávio herda a base mais fiel do bolsonarismo, mas tende a enfrentar dificuldades para ampliar apoios fora desse núcleo, algo que Tarcísio vinha conseguindo com mais naturalidade. Além disso, a opção por um perfil mais identitário e polarizador pode facilitar a estratégia do governo Lula, que preferia enfrentar um candidato associado diretamente ao desgaste do ex-mandatário.

Em resumo, a pré-campanha mal começou, mas uma coisa já está clara: a sucessão de Bolsonaro passa, mais do que nunca, pelo próprio Bolsonaro, e isso pode redefinir toda a dinâmica da eleição de 2026.

Críticas de Seif a Campagnolo amplia racha no PL/SC

O clima no Partido Liberal (PL) de Santa Catarina ficou ainda mais tenso após as duras críticas do senador Jorge Seif à deputada estadual Ana Campagnolo. Seif chamou a parlamentar de “ingrata” e “traidora” de Jair Bolsonaro, em reação ao posicionamento público de Campagnolo contra a possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado pelo Estado.

Senador atacou a deputada por se opor à candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina / Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Campagnolo argumentou que a indicação do vereador carioca filho do ex-presidente Bolsonaro para representar Santa Catarina no Senado retira a oportunidade de outros catarinenses disputarem o pleito, defendendo que o Estado deve priorizar nomes locais.

Racha interno

A crítica irritou aliados, inclusive o Senador, e que ampliou o racha interno no PL catarinense, que já enfrenta disputas por espaço e influência entre as alas ligadas ao governador Jorginho Mello, ao próprio Seif e à base conservadora de Campagnolo. O episódio evidencia o desafio do partido em manter a unidade em meio às movimentações que já antecipam o cenário eleitoral de 2026.

Encontro em Brasília entre Jorginho Mello e Jair Bolsonaro

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), esteve em Brasília nesta quarta-feira (22) para uma visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar. O encontro, autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, teve cerca de duas horas de duração e foi descrito por aliados como “uma conversa entre amigos”.

Foto ilustrativa, de encontro no passado entre Jorginho e Bolsonaro

Nos bastidores, porém, o tom foi claramente político. Segundo fontes próximas, Mello e Bolsonaro discutiram as eleições de 2026, com foco na disputa pelo Senado em Santa Catarina e nas articulações do PL em nível nacional. O governador confirmou, após a visita, que conversou com o ex-presidente sobre os rumos do partido no Estado e possíveis indicações de nomes para o pleito.

Em vídeo publicado após o encontro, Jorginho afirmou que Bolsonaro “é um amigo que está precisando de apoio” e mencionou problemas de saúde enfrentados pelo ex-presidente, como crises de soluços resultantes da facada sofrida em 2018. Ainda assim, a pauta política dominou o diálogo.

Entre os temas tratados, esteve a possibilidade de o vereador carioca Carlos Bolsonaro disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina, hipótese que vem sendo ventilada entre dirigentes do PL. Jorginho comentou que “o Senado tem a indicação dele do Carlos Bolsonaro, e tem a outra vaga. A gente combinou: ele indica um e eu indico outro”.

O encontro reforça o alinhamento político entre o governador catarinense e Bolsonaro, consolidando Santa Catarina como um dos principais redutos do bolsonarismo no país. Também sinaliza movimentações antecipadas dentro do PL, que deve definir nas próximas semanas a estratégia para compor a chapa de 2026 no Estado.

Sanções de Trump incluem esposa de Alexandre de Moraes

O governo dos Estados Unidos ampliou, nesta segunda-feira (22), o alcance das sanções já aplicadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e incluiu sua esposa, Viviane Barci de Moraes, além da empresa LEX – Instituto de Estudos Jurídicos, ligada à família.

Viviane Barci, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes / Foto: Hélvio Romero/ Estadão Conteúdo

A decisão foi tomada com base na Lei Magnitsky, que permite a punição de pessoas acusadas de violações de direitos humanos e corrupção em qualquer parte do mundo. Na prática, as medidas significam bloqueio de bens e ativos sob jurisdição norte-americana, proibição de transações com cidadãos ou empresas dos EUA e restrição de entrada em território americano.

Segundo o Departamento do Tesouro, o objetivo é atingir a chamada “rede de apoio financeiro” ao ministro. Os EUA acusam Moraes de abuso de autoridade, prisões arbitrárias, censura e processos politizados, incluindo a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para as autoridades americanas, a inclusão da esposa e da empresa seria uma forma de impedir possíveis tentativas de driblar as restrições.

Essa é a segunda vez em menos de dois meses que o nome de Moraes aparece na lista de sanções dos EUA — ele já havia sido incluído em 30 de julho deste ano.

A medida gerou forte reação no Brasil. O STF classificou a decisão como ingerência externa e violação da soberania nacional. O Itamaraty também divulgou nota manifestando “profunda indignação” com a iniciativa do governo Trump.

A escalada diplomática ocorre em meio ao acirramento das tensões políticas internas, em especial pelo papel de Moraes em julgamentos relacionados a Jair Bolsonaro e a investigações sobre ataques à democracia no país.

Bolsonaro: o dia em que a prisão se torna possível

Nesta terça-feira, 22 de julho de 2025, o Brasil acompanha, com olhos atentos e nervos à flor da pele, o avanço do cerco judicial em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro. O risco de sua prisão, antes considerado improvável por muitos, tornou-se um cenário concreto— e a responsabilidade por isso não é exclusiva do Judiciário, mas também do próprio Bolsonaro, que insiste em desafiar os limites impostos a ele.

Ex-presidente Jair Bolsonaro / Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O risco de prisão de Jair Bolsonaro, neste 22 de julho, é real e imediato. Após descumprir medidas judiciais — como dar entrevistas que circularam nas redes — o ex-presidente afronta diretamente o STF, que agora pode decretar sua prisão preventiva.

Mais que um embate pessoal com o ministro Alexandre de Moraes, trata-se de um teste às instituições: permitir a impunidade seria ceder ao autoritarismo. Se a lei vale para todos, ela precisa ser cumprida — inclusive por quem já ocupou o cargo mais alto da República.

PF faz buscas na casa de Jair Bolsonaro e uso de tornozeleira

Na manhã desta sexta-feira (18), a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro e em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a nota da PF, “dois mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal, no âmbito da PET n.º 14129”. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Como parte das medidas cautelares, Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica; está proibido de acessar redes sociais; não poderá se comunicar com embaixadores, diplomatas estrangeiros ou outros investigados e ainda terá recolhimento domiciliar das 19h às 7h, inclusive nos fins de semana.

A operação ocorre no âmbito da Petição nº 14129 e tem parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Reflexos no cenário político

A operação contra Jair Bolsonaro está gerando forte repercussão política e internacional. Parlamentares da oposição afirmam que as medidas são necessárias para proteger a democracia e punir tentativas de golpe.

Já os aliados de Bolsonaro, por outro lado, denunciam uma “perseguição política” e classificam as ações como autoritárias e desproporcionais.

A defesa do ex-presidente declarou estar “surpresa e indignada” com as medidas cautelares, alegando que ele sempre colaborou com a Justiça. Por fim, a operação contra Jair Bolsonaro pode ter impactos profundos nas eleições de 2026 e nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

Procuradoria-Geral da União (PGR), pede prisão de Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Isso ocorreu minutos antes do limite do prazo — 23h59 desta segunda-feira (14).

O julgamento final poderá ocorrer em setembro e condenar Bolsonaro à prisão / Foto: Carolina Antunes/PR

Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa armada com o objetivo de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e manter-se no poder.

A denúncia inclui crimes como: Organização criminosa armada, Tentativa de golpe de Estado, Dano qualificado ao patrimônio público e Deterioração de patrimônio tombado. O julgamento está previsto para ocorrer em setembro, após o prazo de 15 dias para as defesas apresentarem suas alegações finais.

Caso condenado por todos os crimes, Bolsonaro pode pegar até 43 anos de prisão, embora o tempo máximo de cumprimento no Brasil seja de 40 anos.

Ex-presidente Jair Bolsonaro passa mal e é internado

O ex-presidente Jair Bolsonaro passou mal durante uma viagem ao Rio Grande do Norte na manhã desta sexta-feira (11). Ele foi atendido em um hospital na cidade de Santa Cruz e, posteriormente, transferido de helicóptero para Natal.

Jair Bolsonaro / Foto: Joe Raedle / GETTY IMAGES NORTH AMERICA )

Segundo informações, Bolsonaro apresentou dores abdominais relacionadas a uma obstrução intestinal, consequência da facada sofrida em 2018.

Ele está estabilizado e segue sob cuidados médicos. O Partido Liberal (PL) e aliados pediram orações pela sua recuperação. O Partido também expediu nota a respeito.