Pesquisa da Neokemp divulgada nesta sexta-feira (26) aponta a deputada federal Caroline De Toni (PL-SC), o ex-vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o senador Esperidião Amin (PP-SC) como os principais nomes na disputa pelo Senado em Santa Catarina.
Caroline De Toni, Carlos Bolsonaro e Esperidião Amin. (Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados; Isaac Fontana/EFE; Waldemir Barreto/Agência Senado)
No cenário de primeiro voto, Caroline De Toni lidera com 28,6%, seguida por Carlos Bolsonaro (25%) e Esperidião Amin (16,3%), em empate técnico com Décio Lima (PT), que soma 16,2%. Gilson Marques (Novo) aparece com 4,5%, enquanto 7,2% não souberam responder e 2,2% indicaram branco ou nulo.
Para o segundo voto, os percentuais se mantêm semelhantes: Caroline De Toni tem 27,8%, Carlos Bolsonaro 24,2%, Esperidião Amin 16,9% e Décio Lima 15,7%. Gilson Marques registra 5,5%, com 6,6% de indecisos e 3,3% de brancos ou nulos.
Na rejeição, Décio Lima lidera com 48,1%, seguido por Carlos Bolsonaro (34,1%). Esperidião Amin tem 4,7% de rejeição, Caroline De Toni 3,1% e Gilson Marques 0,7%. Outros 4,1% rejeitam todos os nomes e 5,2% afirmam não rejeitar nenhum.
O levantamento foi realizado com 1.200 eleitores, em 95 municípios catarinenses, entre 22 e 23 de dezembro de 2025, com margem de erro de 2,8 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
O clima no Partido Liberal (PL) de Santa Catarina ficou ainda mais tenso após as duras críticas do senador Jorge Seif à deputada estadual Ana Campagnolo. Seif chamou a parlamentar de “ingrata” e “traidora” de Jair Bolsonaro, em reação ao posicionamento público de Campagnolo contra a possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado pelo Estado.
Senador atacou a deputada por se opor à candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina / Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
Campagnolo argumentou que a indicação do vereador carioca filho do ex-presidente Bolsonaro para representar Santa Catarina no Senado retira a oportunidade de outros catarinenses disputarem o pleito, defendendo que o Estado deve priorizar nomes locais.
Racha interno
A crítica irritou aliados, inclusive o Senador, e que ampliou o racha interno no PL catarinense, que já enfrenta disputas por espaço e influência entre as alas ligadas ao governador Jorginho Mello, ao próprio Seif e à base conservadora de Campagnolo. O episódio evidencia o desafio do partido em manter a unidade em meio às movimentações que já antecipam o cenário eleitoral de 2026.
O anúncio de Carlos Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato ao Senado por Santa Catarina foi o estopim de uma crise dentro do próprio campo bolsonarista.
Deputada Ana Campagnolo / Foto: Jeferson Baldo / Agência AL
A candidatura dele é vista por parte da direita catarinense como uma “intervenção de fora”, já que o estado tem lideranças locais consolidadas, como Caroline de Toni, Ana Campagnolo e até Daniel Freitas, que vinham sendo cotadas para a vaga.
A situação ficou ainda mais delicada com a troca de farpas públicas entre Carlos Bolsonaro e Campagnolo, algo que expôs as rachaduras internas do PL em SC. Caroline de Toni, por sua vez, tenta manter uma postura institucional, mas já sinaliza que pode mudar de legenda (o Novo seria uma opção) se o PL fechar questão em torno de Carlos.
Essa disputa é simbólica: revela a tensão entre o bolsonarismo “de origem” (família Bolsonaro) e o bolsonarismo catarinense, que quer mais autonomia.
O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, tem intensificado sua presença em Santa Catarina, onde foi visto nos corredores da Efapi Brasil, em Chapecó, e em encontros com lideranças de municípios próximos, como Xanxerê e Concórdia.
Filho do ex-presidente intensifica agenda em SC e amplia rumores sobre aliança com Caroline De Toni / Fotos: reprodução / divulgação
Ao lado da deputada federal Caroline De Toni (PL-SC), o gesto reforça a leitura de que ambos poderão disputar vagas ao Senado pelo estado nas eleições de 2026. Como se vê, a questão em torno do nome de Carlos Bolsonaro, ao Senado, por Santa Catarina, parece ser uma decisão consolidada.
Nos bastidores, o nome de Carlos aparece bem posicionado em pesquisas de intenção de voto, embora ainda não haja confirmação oficial de sua transferência de domicílio eleitoral para SC.
O movimento, porém, divide opiniões: enquanto simpatizantes veem nele um nome forte do bolsonarismo, lideranças locais, inclusive empresariais, manifestam resistência à ideia de uma candidatura “de fora”. O PL catarinense, por sua vez, segue negociando internamente quais nomes representarão o partido na corrida ao Senado.
A política catarinense vive um momento de tensão silenciosa, mas profunda. A insistência da direção nacional do PL, sob influência direta do ex-presidente Jair Bolsonaro, em lançar Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina, tem criado um impasse delicado dentro do campo conservador no Estado, um reduto que sempre demonstrou fidelidade ao bolsonarismo, mas que também preza pela autonomia e valorização de suas próprias lideranças.
A presença do vereador carioca no âmbito catarinense segue gerando discussão / Aliás, ele anda por Santa Catarina, buscando aproximação / Crédito: Divulgação/Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Não é segredo que o nome de Caroline De Toni, deputada federal em ascensão e uma das figuras mais identificadas com o eleitorado conservador catarinense, desponta naturalmente como opção ao Senado. Ignorar essa representatividade local em nome de um movimento de cima para baixo soa, para muitos, como um gesto de ingerência da cúpula nacional, e tem provocado incômodo até entre aliados históricos do ex-presidente.
Hora de conciliar
Nesse tabuleiro complexo, o governador Jorginho Mello surge como peça central. Líder do PL em Santa Catarina e aliado leal de Bolsonaro, Jorginho precisa conciliar fidelidade e autonomia, um equilíbrio que raramente se mantém sem custos políticos.
De um lado, há o dever de preservar o alinhamento com o líder nacional do partido; de outro, a responsabilidade de defender o protagonismo catarinense dentro de um projeto político que, até aqui, sempre se sustentou pela força regional.
Caroline e Amin
Em meio a esse cenário, cresce a especulação sobre uma possível dobradinha entre Caroline De Toni e o senador Esperidião Amin (PP). Amin, figura respeitada e experiente da política catarinense, mantém diálogo com diferentes correntes do conservadorismo e poderia representar um ponto de convergência entre o PL e o PP, fortalecendo o campo de direita no Estado e reforçando a ideia de alianças baseadas em representatividade local, e não em imposições externas.
Marcas profundas
Se o impasse persistir, o episódio pode deixar marcas duradouras. A condução dessa crise dirá muito sobre a capacidade de Jorginho Mello de liderar com autonomia sem romper pontes com Bolsonaro, e também sobre o futuro do PL catarinense como principal força conservadora do Sul do país.
Em tempos de reorganização política e disputa por espaços dentro do bolsonarismo, Santa Catarina mais uma vez se torna palco de um teste de força, entre o poder da influência nacional e o orgulho de suas lideranças regionais.
O xadrez político de Santa Catarina para 2026 vai ganhando contornos cada vez mais complexos. A deputada federal Caroline De Toni (PL) desponta como nome forte ao Senado, mas sua trajetória dependerá diretamente das articulações dentro do bolsonarismo.
Carlos Bolsonato / Foto: Sergio Lima / AFP
A possibilidade de Carlos Bolsonaro transferir o domicílio eleitoral para o Estado, somada à provável candidatura de Esperidião Amin (PP), cria um cenário de alta competitividade. Enquanto Amin carrega o peso da tradição e Carlos teria o apelo nacional do clã, Caroline busca consolidar-se como representante de raízes locais, com respaldo tanto do PL catarinense quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Composição na majoritária
No governo, Jorginho Mello (PL) surge bem posicionado para a reeleição. A aliança com o MDB já é tratada como certa, e o partido deve indicar o vice da chapa.
Disputa ao Senado pode redesenhar forças no bolsonarismo catarinense, enquanto Jorginho Mello costura reeleição com vice do MDB. Ivete da Silveira, assume o protagonismo. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Nomes como Ivete Appel da Silveira e Antídio Lunelli circulam nas colunas políticas, mas Ivete aparece como favorita para compor a majoritária, pela força regional e equilíbrio partidário que oferece.
Vaga ao Senado
Assim, a disputa ao Senado tende a ser o ponto mais sensível dessa engrenagem. Caso Carlos Bolsonaro confirme candidatura, Caroline pode ser pressionada a rever planos ou disputar espaço em condições mais duras. Se ele recuar, a deputada ganha terreno e pode se consolidar como aposta do PL catarinense.
Amin, por sua vez, mantém-se como peça quase incontornável. Já Jorginho caminha para reforçar sua base, costurando apoios e garantindo ao MDB um lugar de destaque na corrida.
Desfecho
No fim, o desenho da chapa vai depender de até onde o PL estadual aceitar dividir protagonismo com os Bolsonaro. Caroline De Toni está no jogo, mas o tabuleiro, em 2026, promete movimentos intensos até a definição final.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a ser protagonista de fortes debates políticos neste fim de semana, durante sua visita a Santa Catarina. No sábado (23), ele esteve em Itajaí, onde participou da APAS Conference, realizada na Univali, e proferiu palestra sobre liberdade de expressão.
Governador Jorginho Mello e Nikolas Ferreira. Abraço apertado ao se encontrarem / Foto: Instagram do Governador
Como já é marca registrada de suas aparições públicas, Nikolas usou o espaço para reforçar críticas ao Supremo Tribunal Federal, defendendo-se das ações judiciais das quais é alvo. O tom provocativo rendeu aplausos de apoiadores, mas também reações duras. Estudantes da própria universidade protestaram contra sua presença, classificando-o como um símbolo da extrema direita e questionando a realização do evento em espaço acadêmico.
Em resposta, o deputado não recuou: preferiu ironizar as manifestações em suas redes sociais, adotando a postura combativa que o transformou em fenômeno eleitoral. Ao mesmo tempo, a presença de lideranças catarinenses como a deputada Ana Campagnolo e o governador Jorginho Mello sinalizou a tentativa de consolidar ainda mais a ponte entre a nova direita mineira e os conservadores do Sul.
A visita de Nikolas Ferreira a Itajaí expôs, mais uma vez, o cenário político polarizado do país. De um lado, a juventude universitária que resiste ao avanço do discurso conservador; de outro, um deputado que se alimenta justamente do confronto para ampliar sua base de apoio. No meio disso, Santa Catarina segue como palco estratégico para a direita nacional, reforçando sua imagem de bastião ideológico e eleitoral.
Carlos Bolsonaro
Quem também esteve em Santa Catarina, em São José, no domingo (24), foi Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. Ele andou pelo Continente Shopping,, onde o político foi recebido com aplausos e abraços dos apoiadores e de vaias e gritos vindos de pessoas da oposição. Ao que dizem, uma aproximação com o futuro domicílio eleitoral dele, no Estado.
O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, filho do Presidente Jair Bolsonaro, esteve neste sábado (19) visitando a namorada em Florianópolis, e de quebra deu um pulo em Urubici.
Na ocasião, concedeu entrevista à Rádio Gralha FM e falou dos primeiros dias do governo Bolsonaro. Interessante!