Editorial

Repercute o fechamento de importante restaurante no Centro de Lages!

O assunto tomou corpo nas redes sociais, e traduz algo fora do comum. Trata-se do Osteria Taipa, interditado pela Secretaria de Planejamento e Obras (Seplan) da Prefeitura. O público visitante e os donos do espaço, disseram ser pegos de surpresa, minutos antes da abertura do estabelecimento no início da noite desta quarta-feira (23). Segundo justificativa, a penalidade atende reclamação de um vizinho. Porém, segundo ainda os proprietários, a interdição se deu pelo não cumprimento do fechamento, ou seja, às 22h.

Pois, bem. Lages não precisaria passar por mais um constrangimento desse nível. Primeiro, fechar um grande restaurante às 22h, só mesmo na província de Correia Pinto, há mais de 250 anos atrás. Por mais que não época não existisse. Uma insensatez. Eu mesmo estive na última terça-feira (22), jantando fora, e permaneci no restaurante até às 23h, e ainda estavam chegando clientes.

O pensamento de uma sociedade culta, é ter o desenvolvimento da cidade, em todos os aspectos. Os restaurantes não podem ficar submetidos ao fechamento nesse horário. Então que fechem as hamburguerias, o MacDonald, os bares, no mesmo horário. Em suma, aí seria a insensatez consumada.

O caso reacende um fato, que atinge o desenvolvimento do turismo e da gastronomia. Peculiaridades de uma cidade serrana e do porte de Lages. No entanto, foge do bom sendo das nossas autoridades responsáveis. Caso a ser debatido na Câmara de Vereadores, também.

Por outro lado, o barulho, parece não ter sido a motivação legal do fechamento, e sim o fatídico horário das 22h. Mesmo assim, sugere-se uma denúncia de ruídos fora do normal. Pergunto: o barulho ocorria dentro do restaurante, ou nos arredores por causa do movimento de carros, conversas em voz alta, música fora do tom, enfim, qual a real causa?

Chefs renomados

Na terça-feira (22), pelo que soube, o restaurante recebeu chefs renomados, influencers e jornalistas de Porto Alegre e São Paulo. Pessoas importantes do meio. O resultado foi uma promoção enorme além fronteira, divulgando a gastronomia e promovendo a culinária de Lages. O prêmio, foi a interdição, no dia seguinte.

Pobre Lages, administrada pela incompetência e falta de visão. Por mais haja nota oficial mostrando notificações, multas e tantas outras justificativas, Alvarás com ordem de fechar um ou todos os restaurantes da cidade às 22h, foge à realidade. Pois, imagino que a Lei ou a norma seja para todos. É a marca do atraso na testa de quem decide.

Por fim, ainda há pessoas que moram no Centro da cidade, e querem continuar ouvindo o canto de passarinhos, bem como era, nos tempos de Correia Pinto ao fundar Lages. Tenham dó!

Encerro dizendo que dispenso a publicação da nota da Prefeitura, tentando esclarecer a legalidade. Tudo completamente fora do bom senso. Pois a Lei seguirá existindo, e todos os restaurantes da cidade deverão por força da Legislação, estarem fechados às 22h. Ou não?

Na tarde desta quinta-feira (24), a Comissão Técnica da SEPLAM estará reunida com os proprietários do estabelecimento, ocasião em que será apresentada uma PETIÇÃO ADMINISTRATIVA, se comprometendo a cumprir ao horário de funcionamento, e a Comissão poderá dar ou não o necessário deferimento.

Diante de tanta seriedade no trato da questão envolvendo este único restaurante, creio que a Petição deva valer para todos os demais. Como bem dizia o falecido governador Luiz Henrique da Silveira: “Viva Lages!”.

Novas ciclovias darão o “start” do Plano de Mobilidade Urbana

Assim que passar pelo crivo da Câmara de Vereadores, nos próximos dias, o Plano de Mobilidade Urbana de Lages irá dar os primeiros passos práticos.

Nesta quarta-feira (29), visitei a Seplam. Ocasião em que o secretário Gabriel Córdova e equipe, detalharam o Plano, e como o trabalho irá começar a ser efetivado.

O primeiro passo será a implantação de mais 50 quilômetros de ciclovias, que se somam a outros 28 já existentes. Para tanto, algumas ruas também irão sofrer modificações.

Novos binários deverão favorecer a mobilidade, além da abertura de novos acessos, a exemplo do que deve ocorrer na Av. Duque de Caxias, em direção à Humberto de Campos.

O planejamento abrange também a revitalização da Av. Presidente Vargas, que, inclusive, deve ganhar ciclovia, e ampla valorização dos estabelecimentos comerciais e de gastronomia. O Plano também prevê modificações no cruzamento da Presidente Vargas com a Camões, e a reformulação da rótula de acesso ao bairro Santa Catarina.

Há obviamente outros pontos a serem atacados, porém, carecem de altos investimentos e tempo, muito embora, o Plano de Mobilidade prevê avanços para os próximos 20 anos. Futuras administrações poderão dar prosseguimento.

Por fim, assim que o Plano for aprovado, em seguida entra no cadastro da Lei no Ministério da Infraestrutura, para então começar a ser executado, ainda no mês de abril. Todo o planejamento mereceu estudos desde agosto de 2022, a partir da coleta de dados, onze audiências púbicas e a execução do eixo de desenvolvimento.

A finalização contou com o apoio de entidades empresariais e sindicais, empresas e de representantes do Curso de Arquitetura, da Uniplac, entre outros.

Vale lembrar que o plano deverá atingir todos os modais de transporte, sem esquecer dos pedestres. O que se quer é facilitar o acesso e saída da cidade, contando ainda com o avanço tecnológico do funcionamento dos semáforos.

Primeiro Plano de Mobilidade Urbana de Lages saindo do papel

Estava no aguardo de notícias a respeito do Plano de Mobilidade Urbana de Lages, considerado histórico, por ser o primeiro a ser feito pela Secretaria de Planejamento (Seplam).

A notícia não especifica os pontos principais do plano, porém, ressalta que o próximo passo é o encaminhamento para aprovação na Câmara de Vereadores e, posteriormente, o cadastro da Lei no Ministério das Cidades, que deverá ser executado até o próximo mês de abril.

A ideia do Plano é facilitar o deslocamento de pessoas e aumentar o desenvolvimento sustentável e econômico da cidade.

A formulação do plano já passou por três fases: plano de trabalho com a coleta de dados, onze audiências públicas e prognóstico com propostas. Numa das audiências, tive oportunidade de falar e sugerir algumas mudanças. Se foram levadas em consideração, não sei.

Seja como for, o Plano está repleto de expectativa, e tomara que realmente consiga atender às demandas da população no quesito mobilidade urbana.

Fotos: Briane Couto e Ary Barbosa de Jesus Filho