Setor do transporte pode entrar em colapso

Aumentam a cada dia as dificuldades de manutenção das empresas de transporte. Vários fatores contribuem negativamente para a elevação dos custos, sem a necessária contra partida.

A situação é crítica e exige providências urgentes para evitar previsível colapso da atividade. É o que afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Chapecó – Sitran, Deneraci Perin.

A região é uma das que mais utiliza o transporte rodoviário em Santa Catarina, em razão do agronegócio.

Em pesquisa realizada neste mês pela NTC&Logística em colaboração com a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT, os dados só no primeiro semestre deste ano e relevam a calamitosa e longa fase de dificuldades.

A pesquisa aponta que a queda no faturamento alcançou 70,5% e as receitas diminuíram 10,32%. Nos seis meses o valor do frete caiu em média 2,98% e as empresas diminuíram de tamanho em 91%. Percentual de 54,7% das empresas tem recebido frete com atraso.

Fatores

Alguns fatores que contribuíram para este quadro foram os aumentos de custos, os aumentos concedidos aos salários, reajustes de combustível, as péssimas condições das rodovias, despesas administrativas e manutenção veículos.

A redução do volume de cargas causada pela crise econômica nacional também contribui de forma determinante. O setor enfrenta, ainda, o comprometimento do faturamento com a elevação cada vez mais acentuada de fretes atrasado.

Infelizmente, a deterioração do setor e o sucateamento que não condizem com a importância deste segmento econômico.

Não há como condenar os protestos e as paralisações de caminhoneiros. A classe está sendo castigada.

Em Lages, um amigo que sobrevivia de fretes viajando por todo o Brasil, há 20 anos, vendeu o caminhão. Não suportou a situação.

(Informações: José Carlos Linhares – Fotos: Divulgação)

Protesto de caminhoneiros no Extremo-Oeste de SC

Não há como deixar de reconhecer como sendo justo o manifesto dos caminhoneiros que bloquearam estradas na região de São Miguel do Oeste, no Extremo-Oeste do Estado.

preotesto(Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS/AE)

O protesto leva em conta o aumento dos combustíveis, as más condições das estradas, e ainda a redução de quase 15% no valor dos fretes.

Pelo que se percebe, o movimento é forte e a promessa é de que a liberação só ocorre quando os agricultores se incorporarem à causa.

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, disse que o barril de petróleo chegou a estar custando U$ 120, e agora está em torno de U$ 50. Portanto, não justificaria todo esse aumento nos combustíveis.

A insegurança no setor é completa com a possibilidade de demissões, e a elevação dos demais componentes como pneus, lubrificantes e peças.

Cada vez mais há convencimento de que o rombo da Petrobras deva estar sendo pago pelos trabalhadores e consumidores.

Assim fica muito fácil desviar bilhões de dólares dos cofres públicos em detrimento de poucos e depois transferir os prejuízos para a população.