Veterinários são obrigados a assumir total responsabilidade no tratamento de animais de rua? A questão está merecendo ser mais discutida.
Os profissionais, a grande maioria, não se nega a tratar os animais levados às clínicas pelos protetores. É sabido que tem pessoas que não conseguem ficar indiferentes à situação, e que acabam, muitas vezes, recolhendo os animais e os levam às clínicas veterinárias.
É exatamente nesta questão dos cuidados, é que entra o lado do profissional. Conforme explica a médica veterinária Márcia Verônica Thomazi Castelani, há quem considere ser de responsabilidade do veterinário o completo cuidado dos animais, em caso de necessidade de atendimento.
De positivo ao negativo
De um ato positivo do protetor, a situação passa a ser negativa, pois, muitas vezes, ninguém absorve os altos custos. “Há os falsos protetores que ficam com o mérito, usam as redes sociais para obter vantagens, enquanto que o animal que recebe atendimento na clínica, simplesmente é deixado para a responsabilidade do veterinário”, lamenta Márcia.
Há tutores que deixam os animais nas clínicas e não voltam mais para buscar ou ajudar no custeio
A responsabilidade
Ainda de acordo com a veterinária, ela não nega atendimento, desde que o protetor também assuma a responsabilidade com os custos, e volte a buscar o animal depois de curado. As dívidas com tratamentos atualmente são altas, pois, a Clínica gasta para manter os estoques de medicamentos e seus colaboradores.
Faltam políticas
Para ela, o médico veterinário não pode se transformar no único tutor do animal, a partir do simples pedido de um protetor. Por outro lado, a médica veterinária lamenta que o poder público, de modo geral, ainda carece de políticas para resolver a situação dos animais abandonados. “Acaba sendo um problema cultural, enquanto que enganações de falsos protetores não são resolvidas e dificultam ainda mais o controle”, conclui.