Observando o balanço apresentado pela diretoria da Epagri, numa mostra do que foi realizado na gestão da presidência, Edilene Steinwandter, os itens impressionam. No geral, realmente fez um bom trabalho na Empresa, com investimentos e todas as áreas.
Recursos em tecnologia foram os mais notabilizados visando aparelhar a estrutura. Acredito sim, que a agricultura teve a atenção desejada com a distribuição de equipamentos e a parceria dos técnicos.

No balanço, apresentado por Edilene Steinwandter, a readequação da estrutura e cancelamentos de contratos que propiciaram economia.
Chego ao campo da extensão. O trabalho de extensão rural e pesqueira desenvolvido pela Epagri objetiva levar a agricultores e pescadores o conhecimento gerado pela Empresa, a fim de promover o desenvolvimento sustentável destes setores da economia. Para tanto, a Epagri realizou entre 2019 e março de 2022 um total de 346.182 atendimentos a famílias agricultoras e pescadoras do Estado.
No entanto
A mesma atenção não foi dispensada aos pescadores da Serra. Centenas deles acolheram a ideia da criação de peixes, caso da truta ou tilápia, visando incrementar as suas rendas familiares. Investiram em tanques, acreditando que teriam sustentação do Governo, não apenas de si.

A gestão do atual governo está chegando ao fim, e nada foi feito desde que o Estado, através da Epagri, assumiu o controle da velha Estação de Piscicultura, também conhecida como Base Avançada de Painel (BAP), depois da transferência do Ibama. Isso aconteceu em agosto de 2017.
Era só o que os pescadores ou truticultores da Serra queriam. Ver a velha Estação cumprindo com o propósito de torná-la um centro avançado de reprodução de alevinos com genética diferenciada de truta. Mas, este projeto, não foi prioridade da Epagri. Os anos foram passando, e somente a esperança seguiu viva.

No começo, foi dada a missão a um responsável pelo local, que seguiu do jeito que pode justificando a demora dos investimentos. Logo no segundo ano do Governo, um relatório sobre as necessidades para pôr em funcionamento o local, foi redigido pelo responsável pela Estação Experimental da Epagri, Vilmar Francisco Zardo.
Na época, o Blog, em contato com a diretoria da Epagri, a resposta é de que as providências estavam sendo tomadas.
Hoje, já não sei mais o que ainda existe por lá. Por certo o local está abandonado. Por um tempo, ainda havia a manutenção de algumas espécies como carpa, jundiá e truta, apenas para manter o mínimo funcionamento, mas sem nenhuma finalidade ou projeto.
Investimentos
Com a farta distribuição de recursos, o Estado bem que poderia ter dispensado algum, dado aos criadores de peixes da Serra, a chance de ter um local aparelhado para a pesquisa e a produção dos tão almejados alevinos de truta.
Rede elétrica
Para que tudo funcionasse, o diagnóstico inicial era de que, seria necessário levar em consideração uma escala de prioridades. Pois, não seria possível colocar qualquer coisa tecnicamente viável no local se não fosse feita, primeiramente, a reforma da rede elétrica.

Alguém ainda lembrou que havia um processo licitatório montado, incluindo o projeto, e que até hoje está em alguma gaveta da direção da Epagri. Isso desde setembro de 2019 aguardando a deliberação. A não ser que tudo esteja de acordo, mas sem que ninguém saiba.
Pressão
Os truticultores, através da Associação (Acatruta) pressionaram, sem, até hoje, entender a razão do desinteresse em pôr em funcionamento uma estrutura que está pronta, apenas necessitando de alguns investimentos. Ainda há tempo. Caso o Governo tenha interesse.
Fotos: Paulo Chagas e Aires Mariga/Epagri