Acadêmicos do Curso de Jornalismo da Uniplac, tiveram o privilégio de assistir a segunda apresentação da montagem “O moço que contava histórias”. Um espetáculo solo, criado a partir de livre adaptação fábulas contemporâneas do escritor e ativista político Luis Sepúlveda.
A montagem foi adaptada por Adilson Freitas com texto final e atuação de Marcos Cordioli e direção de Gilson Maximo. Nela são aprofundados aspectos da pesquisa cênica da Matakiterani na construção de uma cena a partir da síntese de linguagens verbal e corporal, além do estreitamento das relações entre o ator e os espectadores.
Aí se cria uma cena na qual o ator dispõe de sua capacidade de comunicação e mobilização das pessoas para falar desses personagens animalescos em suas formas, e imperfeitamente humanos em suas ações, fazendo jus à tradição literária da fábula, porém discutindo temas que urgem ao mundo contemporâneo.
Na minha opinião, o teatro de Lages é um dos mais ativos e segue trabalhando com criatividade. A peça que testemunhei ao lado de colegas de jornalismo, é uma prova de que a capacidade artística profissional de gente nossa, avança em busca dos desafios, sem medo.
A forma diferenciada na apresentação, abre um campo fértil para que o teatro se torne cada vez mais presente, literalmente numa roda de espectadores. É dessa forma que o um moço, (o ator) num espaço vazio e completamente escuro, aguarda a chegada de pessoas para vê-lo.
A apresentação se dá com o público disposto em sua volta, quando inicia o trabalho e começa a dividir as únicas coisas que possui: histórias e cantigas deixadas por sua mãe. São fábulas, diferentes das tradicionais, que prendem a atenção do pública, inclusive, com a interação dele.
Uma iniciativa que merece a valorização e a divulgação. O teatro de Lages, não dorme no ponto, e sempre que pode, se reinventa. Méritos!
Fotos: Cersar de La Plata